segunda-feira, 30 de março de 2009

Textos de Apoio - Módulo 1

Árvores de Interesse Público na Cidade de Lisboa

Os espaços verdes urbanos constituem um requisito essencial para podermos falar em qualidade de vida, quer pela função ecológica e estética que conferem à cidade, quer por serem espaços privilegiados para o lazer. A estes espaços está associada uma grande diversidade de árvores, que nos passam despercebidas, a não ser quando ocupam um excelente lugar de estacionamento. Ao conhecê-las um pouco, poderemos observá-las de uma perspectiva diferente e reconhecer a sua importância.
De entre a grande diversidade de árvores que existem, nos arruamentos e jardins da cidade de Lisboa, há algumas que se destacam devido ao porte, desenho, idade e raridade. Estas árvores, que se distinguem dos outros exemplares, são classificadas como Árvores de Interesse Público, pela Autoridade Florestal Nacional (AFN). Além dos critérios referidos, o processo de classificação também considera os factores históricos e culturais associados a cada exemplar.
Na cidade de Lisboa existem perto de 50 árvores isoladas classificadas de interesse público. Estas árvores constituem um património de elevadíssimo valor ecológico, paisagístico, cultural e histórico, e são em grande medida desconhecidas da população. A partir do momento em que são classificadas, as árvores adquirem um estatuto similar ao património construído classificado, pelo que qualquer intervenção necessária fazer, junto (raio inferior a 50m) ou na própria árvore (podas, desrramações), requer uma autorização prévia da AFN, sendo todos os trabalhos efectuados sob sua orientação técnica.
Embora a maioria das árvores classificadas sejam património municipal, também existem alguns exemplares em propriedades privadas.
A classificação não se esgota apenas nas árvores isoladas. Na cidade de Lisboa, nomeadamente no Parque Florestal de Monsanto existem vários povoamentos classificados como de interesse público, quer por constituírem manchas de vegetação autóctone, quer pelo seu interesse ecológico, cultural, pelo contributo para o aumento da biodiversidade no Parque e pelo património genético que encerram, de que são exemplo, entre outros, os Bosquetes de Montado Misto, o maciço de Pinus canariensis (Pinheiro-das-Canárias) que é considerada a maior mancha de pinhal desta espécie no país.
A melhoria efectiva da qualidade de vida passa, necessariamente, por uma mudança no relacionamento das pessoas com o meio que as rodeia. Como é essencial levar as pessoas a conhecer esse meio, a Câmara Municipal de Lisboa definiu alguns percursos, que agrupam várias árvores classificadas, considerando a sua proximidade.

PERCURSO EFECTUADO

Árvore nº 1: Celtis australis

Árvore vulgarmente designada por Lódão-bastardo e Ginjinha-do-rei devido aos seus frutos, que são comestíveis e doces. Esta espécie, originária da Ásia e Sul da Europa, é de folha caduca e das mais utilizadas em arruamentos na cidade de Lisboa. Foi classificada de interesse público em 2001, segundo o Diário da Republica nº 298, II Série de 27/12/2001. Segundo os dados dendrométricos de 2001, a árvore tem cerca de 14m de altura e uma copa de diâmetro aproximado a 17m.


Árvore nº 2: Dracaena draco

Árvore vulgarmente designada por Dragoeiro é originária da Macaronésia. A sua seiva depois de oxidada por exposição ao ar origina uma substância pastosa de cor vermelho, que foi comercializada na Europa com o sangue de Dragão. Em Portugal os poucos exemplares que existem, encontram-se sobretudo em Quintas antigas. Foi classificada de interesse público em 1997, segundo o Diário da Republica nº 81, II Série de 07/04/1997. Segundo os dados dendrométricos de 1996, a árvore tem cerca de 5,5m de altura e uma copa de diâmetro aproximado a 12m.


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